segunda-feira, 31 de março de 2008

Reunião da UTI - 02 de Abril de 2008

Caros colegas,

Vejam o caso clínico e as perguntas que nortearão nossa discussão quarta-feira 02 de abril, na R. Amélia às 20h. Desta vez deixo a bibliografia ao seu encargo.
Abraço,
Cristiano Hecksher.

PS: também realizaremos mudança na escala da UTI Geral nesta reunião.

domingo, 30 de março de 2008

Caso Clínico da Reunião da UTI

Paciente MMS, sexo feminino, 63 anos, nascida na Paraíba, proveniente de Jaboatão, PE.
Iniciou queixa de dispnéia progressiva há cerca de um mês, tendo sido internada há duas semanas com diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada, iniciado uso de: digoxina 0,25 mg/dia, furosemida 40 mg/dia, espirolactona 25mg/dia/dia e captopril 75 mg/dia. Transferida para UTI há 24h por piora importante da dispnéia. Não há relato de febre ou dor torácica. Relata piora do edema em membros inferiores (MMII) e diminuição do volume urinário nos últimos dias. Apresenta antecedente de hipertensão arterial sistêmica e diabetes “leve” há vários anos sem tratamento.
Ao exame:
Mau estado geral, leve palidez cutâneo-mucosa, cianose discreta de extremidades e edema de MMII (2+/4+).
Ritmo cardíaco regular, sem sopros, PA = 110/50 mmHg, FC = 110 bpm,estase jugular ++ em decúbito de 45º, pulsos radiais filiformes com diminuição da perfusão periférica.
Dispnéica ++ com estertores finos até terço médio bilateralmente.
Abdome com discreta ascite.
Dados complementares:
Discreta anemia normocítica normocrômica sem alterações de bioquímica.
RX de tórax com cardiomegalia grau II e congestão pulmonar.
ECG com sobrecarga atrial e ventricular esquerda.
Primeiros cinco dias:
Foi iniciado tratamento para ICC com vasodilatadores e diurético. Houve piora progressiva da oligúria, não apresentando resposta satisfatória, sendo então passado acesso central e iniciado dobutamina. Porém, não foi observada melhora da função renal havendo elevação das escórias nitrogenadas. A SvO2 era de 43,8% e SatO2 de 98%. Suspenso captopril.
No sexto dia:
Intubada e colocada em ventilação mecânica por rebaixamento do nível de consciência. Ecocardiograma confirmou disfunção biventricular com fração de ejeção de 25% (com dobutamina). Foi iniciado monitorização hemodinâmica com cateter de artéria pulmonar, que evidenciou pressões de enchimento do VE elevadas com ∆ pressão capilar pulmonar > 5 mmHg após prova de volume, sendo associado nitroglicerina e levosimedan nos dias subseqüentes.
Tabela
Data U (MG/dL) Cr (MG/dL) Na (mEq/L) Diurese (mL)
3º dia 38 0,7 133 1.500
7º dia 82 1,0 139 350
9º dia 103 2,1 138 500
13º dia 53 0,9 140 3.300
VR 25 - 40 0,3 - 1,3 135 – 140

Perguntas:
1. Quais os diagnósticos sindrômicos?
2. Os valores de sódio urinário no caso em questão encontram-se em níveis:
a ) > 20 mEq/L
b ) <> 1%
3. No caso apresentado o tratamento do quadro renal baseou-se:
a ) reposição volêmica agressiva
b ) administração de drogas inotrópicas e sensibilizadores dos canais de Ca
c ) administração de drogas vasopressoras
d ) administração de vasodilatadores
4. Pode-se afirmar que:
a ) a pré-carga do ventrículo direito é sempre igual a do ventrículo esquerdo
b ). a saturação venosa de oxigênio reflete indiretamente o débito cardíaco
c ) na insuficiência renal aguda sempre se deve administrar diurèticos
d ) a hemodiálise é a primeira linha de tratamento da insuficiência renal aguda

5. O mecanismo de ação do levosimedan e devido a:
a ) estimulação de receptores β-2-adrenérgicos
b ) cronotropismo e inotropismo positivos
c ) bloqueador de canais de Ca
d ) sensibilização de canais de Ca